“Vem
pra ser feliz. Eu tô no ar, tô Globeleza. Eu tô que tô legal...”. Esta
musiquinha com imagens de uma mulher nua sambando se ouviu bastante nos últimos
dias. Mas será que o convite para ser feliz desse jeito faz a pessoa ficar
legal? As contas no final da festa mais popular mostram que não – a maioria não
está bem quando tudo volta à realidade. A prova está nos acidentes de trânsito,
ressaca do álcool, brigas, violência, assassinatos, doenças sexuais, gravidez
indesejada, crises no casamento e na família. A tela do plim-plim deveria
ressarcir todos os que aceitaram o convite e tiveram prejuízo. Se bem que o rei
Momo nunca escondeu os princípios do seu reino. Conforme a mitologia grega, ele
foi expulso da terra dos deuses e se tornou príncipe dos loucos entre os
humanos com uma missão: zombar. Em outras palavras, o Momo veio para fazer bulling.
No
meio desta loucura começou a Quaresma – festa sem brilho popular que lembra o
Deus que desceu voluntariamente do céu e veio não para zombar dos humanos, mas
para ser zombado e restaurar a legítima glória. Se o Momo é o rei dos loucos,
diz a Bíblia que Cristo na cruz é loucura para os que estão se perdendo, mas
para os que estão sendo salvos, é poder de Deus. Na verdade, o Filho de Deus é
o único espetáculo que merece estar na avenida. E os seguidores dele têm
motivos de sobra para pular de alegria e aceitar o convite: Louvem o Senhor com
pandeiros e danças (Salmo 150.4).
Mas
antes da alegria vêm as cinzas e este tempo da Quaresma. No Carnaval é o
contrário, primeiro a alegria depois a tristeza. “Cinzas” apontam para a
brevidade das glórias terrenas, e simbolizam arrependimento e mudança de vida conforme
a vontade de Deus. Assim, Quaresma é a oportunidade para trocar de rei – do
Momo para Jesus, pois felizes são os que não se juntam com os que zombam do que
é sagrado (Salmo 1).
Rev. Marcos Schmidt