No início da tarde de quinta-feira 07 de abril, fui averiguar se ainda havia noticiário no ar. Fiquei trêmulo, pasmo e sem palavras. Um rapaz de 23 anos, do qual dizem que não tinha amigos exceto o computador, mostrou a que ponto a natureza humana chega. Wellington entrou numa Escola Municipal em Realengo, na Zona Oeste do Rio, foi até as salas de aula e disparou contra os alunos, matando 12 e deixando outros 18 feridos. Uma tragédia; e milhões de corações perplexos e atônitos.
O que dizer deste deplorável acontecimento? Muitas coisas podem ser ditas. É um episódio que suscita muitas questões. Difícil é definir o que convém ser dito. Porém, uma coisa pode ser dita na certeza de ser verdade.
Nosso Senhor Jesus claramente disse que chegará o dia em que voltará para Juízo. Acontecerá então o grande e glorioso dia da ressurreição, no qual todos os que aceitaram a salvação do Cristo serão recebidos no céu e, infelizmente, condenados os que recusaram seu bendito resgate. Então, Jesus descreveu que se dariam acontecimentos servindo de sinais de alerta para os cristãos, indicando que o dia estaria próximo e que de fato advirá; e seriam sinais de testemunho para todo o mundo de que sua Palavra é verdadeira e que se cumpre uma a uma. Por isso todos devem ouvi-la e nela crer.
Em Mateus 24.10, por exemplo, diz que nos últimos dias, “muitos hão de se escandalizar, trair e odiar uns aos outros”. Ligando isto ao acontecimento do Realengo, muita coisa poderia ser dito.
Mateus 24.12: “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”. A iniquidade envenena, mata, produz rancor e ódio. Se não for aplicado o remédio certo – o sangue de Cristo com seu perdão e amor – o amor esfria. Quanto mais poderíamos dizer considerando este aspecto?
Observemos que não é uma boa questionar a Deus (talvez até culpando-o) pela tragédia. É preciso questionar os homens!
2 Timóteo 3.1-4: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus…”
Claro que não podemos ousar afirmar que esta tragédia está cumprindo especificamente esta ou aquela palavra ou profecia. Afirmar isto pode ser petulância de nossa parte. Mas, no mínimo precisamos pensar e considerar os fatos, ponderando na Palavra do Senhor e nos sinais nela profetizados. É importante percebermos que a obras dos homens estão gerando morte e caos, e não as obras de Deus. Estas sempre geram vida! Tanto é que, para nos dar a oportunidade de um futuro diferente deste, Deus (Cristo) sacrificou-se na cruz, carregando lá os nossos pecados (1Pe 2.24), a fim de, um dia, podermos ser ressuscitados sem os mesmos e termos nova vida (1Co 15.52). É no Cristo que nós, nossos filhos e todos os homens, atingidos por tragédias ou não, temos a vida que supera todo o caos e a própria morte.
Diante dos sinais que anunciam vivermos os tempos do fim, firmemo-nos cada vez mais no Salvador, sabendo que ninguém e nem nada pode separar-nos desta salvação que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.39). E enquanto aqui no mundo, usemos deste amor em relação ao nosso próximo, levando Cristo para todos, acolhendo com amor e integrando a Cristo pela fé. Assim, já agora vivenciamos a nova vida, no privilégio de sermos expressão de Deus para a sociedade.
Rev. Cézar Claudenir Kaiser – Pastor na Paróquia Luterana São Mateus de Erechim, Rs
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