Saiu na
última Veja uma matéria sobre crianças, algumas até com 3 anos, que atuam como
pastores pregando para adultos e fazendo milagres. Uma prática inaceitável. O
ministério pastoral exige preparo teórico e prático como em qualquer ofício. Se
por um lado o próprio Jesus adverte que “quem não receber o Reino de Deus como
uma criança nunca entrará nele”, por outro, o Ofício da Palavra requer
capacidade teológica. Esta capacidade Jesus ofereceu aos seus discípulos num
intensivo de 3 anos. Já o apóstolo Paulo não deixa de enumerar os requisitos
para ser pastor, entre os quais “deve se manter firme na mensagem que merece
confiança e que está de acordo com a doutrina. Assim ele poderá animar os
outros com o verdadeiro ensinamento e também mostrar o erro dos que são contra
esse ensinamento” (Tito 1.7). Noutra epístola lembra que deve ser um homem que
ninguém possa culpar de nada, e para não ficar cheio de orgulho não pode ser
alguém convertido a pouco tempo (1 Timóteo 3).
Percebe-se
assim a responsabilidade destas pessoas que Deus escolheu “para pastores e
mestres da Igreja (...) para preparar o povo de Deus para o serviço cristão”.
No entanto, oportuno o quê Paulo escreve depois: “Então não seremos mais como
crianças, arrastados pelas ondas e empurrados por qualquer vento de
ensinamentos de pessoas falsas” (Efésios 4.14). Se a própria Bíblia
concorda que crianças são facilmente arrastadas, empurradas – sem capacidade
para saber o que é certo ou errado, então não é um contracenso estúpido
entregar-lhes o ofício pastoral? Na verdade, o que acontece em
determinadas igrejas é reflexo da atual sociedade, com papéis invertidos onde
os filhos são os pais e os alunos são os professores. Não por nada o recado:
“Pais, não tratem os seus filhos de um jeito que faça com que eles fiquem
irritados. Pelo contrário, vocês devem criá-los com a disciplina e os
ensinamentos cristãos” (Efésios 6.4).
Marcos
Schmidt
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